Análogos de GLP-1 e duplos agonistas

Análogos de GLP-1 e duplos agonistas no tratamento da MASLD/MASH

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A doença hepática gordurosa metabólica (MASLD), caracterizada pelo acúmulo de gordura e inflamação no fígado, está muito ligada a condições metabólicas como obesidade e diabetes tipo 2. Por isso, medicamentos que atuam nesses processos têm sido cada vez mais usados no tratamento.

O que são os análogos de GLP-1?

Os análogos de GLP-1 são medicamentos injetáveis, conhecidos como “canetinhas”. Eles foram desenvolvidos para tratar diabetes tipo 2 e funcionam estimulando a liberação de insulina de forma dependente da glicose, ou seja, só aumentam a insulina quando o açúcar no sangue está alto, evitando riscos de hipoglicemia.

Além disso, esses medicamentos:

  • Inibem a liberação de glucagon (hormônio que eleva a glicemia);
  • Retardam o esvaziamento gástrico, aumentando a sensação de saciedade;
  • Agem no hipotálamo, a região do cérebro responsável pelo controle do apetite e do peso corporal, “reprogramando” os sinais de fome e saciedade, ajudando a reduzir a ingestão alimentar e promover a perda de peso.

Benefícios para o fígado

Além do controle da glicemia e da perda de peso, esses medicamentos trazem benefícios diretos para o fígado:

  • Redução da gordura hepática — diminuem o acúmulo de gordura no fígado;
  • Diminuição da inflamação — ajudam a reduzir a inflamação hepática, que pode levar a lesões e fibrose;
  • Melhora da resistência à insulina — importante para evitar a progressão da doença;
  • Possível redução da fibrose hepática — em alguns casos, ajudam a diminuir as cicatrizes no fígado, retardando a evolução da doença.

O que são os duplos agonistas?

Os duplos agonistas combinam a ação do GLP-1 com outro hormônio chamado GIP, potencializando os efeitos no controle do apetite, na perda de peso e no metabolismo, trazendo ainda mais benefícios para o tratamento da MASLD.

Tratamento contínuo e efeitos colaterais

Esses medicamentos fazem parte do tratamento de uma doença crônica — ou seja, não curam a MASLD, mas ajudam a controlar seus sintomas e retardar sua progressão. Por isso, devem ser usados de forma contínua, sempre com acompanhamento médico.

Os efeitos colaterais mais comuns são:

  • Náuseas
  • Vômitos
  • Constipação intestinal
  • Risco raro de pancreatite

O uso deve ser indicado e monitorado por especialistas.

Considerações finais

O tratamento da MASLD envolve mudanças no estilo de vida, controle das condições metabólicas associadas e, quando indicado, o uso dessas “canetinhas” que agem diretamente no cérebro para ajudar na perda de peso e na melhora da saúde do fígado.

Consultar um médico especialista é essencial para garantir a segurança e a eficácia do tratamento.

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