dispesia

Dispepsia: O Que É e Como Tratar?

Compartilhe esse artigo

A palavra “dispepsia” tem origem grega e significa dificuldade na digestão. Esse termo é utilizado para descrever um conjunto de sintomas gastrointestinais que podem ocorrer simultaneamente, como dor epigástrica (dor na boca do estômago), sensação de empachamento, estufamento, náuseas, vômitos, arrotos e azia.

Estima-se que a dispepsia possa afetar até 45% da população, impactando significativamente a qualidade de vida. No entanto, muitos pacientes não buscam atendimento médico, o que pode atrasar o diagnóstico e o tratamento adequado.

Causas da Dispepsia

A dispepsia pode ter diferentes causas, sendo as mais comuns a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) e a doença ulcerosa péptica. Outros fatores também podem estar envolvidos, como:

  • Uso de medicamentos como anti-inflamatórios não hormonais e ácido acetilsalicílico.
  • Consumo de alimentos irritativos, como molhos apimentados.
  • Infecção pelo Helicobacter pylori, especialmente em pacientes com histórico familiar de câncer gástrico ou antecedentes cirúrgicos no estômago.
  • Doenças sistêmicas como problemas na tireoide, diabetes mellitus (que pode levar à gastroparesia), doenças renais, cardíacas, pancreáticas e da vesícula biliar.
  • Parasitoses, infecções e doenças inflamatórias ou infiltrativas.

Dispepsia Funcional

Quando nenhuma causa orgânica é identificada, a dispepsia é classificada como funcional. A principal hipótese para explicar essa condição é a hipersensibilidade visceral, em que o paciente, mesmo sem uma doença estrutural, apresenta sintomas como dor no estômago, empachamento, azia e enjoo.

Estudos demonstram uma associação entre dispepsia funcional e distúrbios emocionais, como ansiedade e depressão, tornando essencial a abordagem multidisciplinar para um tratamento eficaz.

Diagnóstico e Exames Complementares

A investigação da dispepsia pode incluir:

  • Endoscopia digestiva alta: recomendada para pacientes acima de 45 anos ou com fatores de risco para câncer gástrico. Nos casos sem sinais de alarme, como perda de peso, sangramento nas fezes, vômitos frequentes ou dificuldade para engolir, a endoscopia pode ser postergada.
  • Testes não invasivos para Helicobacter pylori: pesquisa de antígeno fecal e teste respiratório com ureia marcada.

Tratamento da Dispepsia

O tratamento depende da causa identificada:

  • Helicobacter pylori positivo: erradicação da bactéria com inibidores da bomba de prótons (IBPs), como os “prazóis”, e antibóticos por 14 dias, seguido de controle de cura da infecção.
  • Helicobacter pylori negativo: tratamento com IBPs por um a dois meses, podendo ser associados procinéticos conforme os sintomas.
  • Mudanças no estilo de vida: controle do peso, prática regular de atividade física, fracionamento das refeições, redução do consumo de gorduras, pimentas, cafeína e álcool, além da interrupção do tabagismo e do uso de anti-inflamatórios não hormonais.

Embora a endoscopia digestiva alta frequentemente não revele alterações significativas, o diagnóstico de dispepsia funcional deve ser esclarecido ao paciente, uma vez que os sintomas podem ser recorrentes. O acompanhamento com um gastroenterologista é essencial para um manejo adequado e melhora da qualidade de vida.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Leia outros conteúdos relacionados