Esôfago de Barrett

Esôfago de Barrett

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O esôfago de Barrett é uma consequência da Doença do Refluxo Gastroesofágico e pode evoluir para o câncer de esôfago se não tratado. Seu nome veio de Norman Barrett, um cirurgião australino que estudou essa alteração esofágica em 1950. O esôfago de Barrett acontece quando há a substituição do epitélio normal do esôfago por um epitélio com características gástricas e intestinais. Esse novo epitélio parece ser mais resistente ao dano causado pelo ácido do refluxo.

Na endoscopia digestiva alta, o epitélio colunar tem uma coloração avermelhada e textura de veludo, diferente do epitélio normal esofágico que tem coloração pálida e brilhante. Diante dessa alteração, o endoscopista realiza as biópsias necessárias para confirmar o diagnóstico por histologia. O resultado do anatomopatológico deve conter metaplasia intestinal com células caliciformes como critério diagnóstico para esôfago de Barrett.

Também podemos classificar o esôfago de Barrett como curto quando é menor que 3 cm em sua extensão e longo quando maior que 3 cm, este último associado a maior risco de câncer.

A sua prevalência é maior em homens brancos acima de 55 anos e a incidência anual de câncer de esôfago varia em média de 0,1 a 3%. Os fatores de risco relacionados são doença do refluxo gastroesofágico, obesidade, tabagismo, histórico familiar de câncer de esôfago e Barrett.

Algumas anormalidades podem contribuir para a Doença do Refluxo Gastroesofágico com esôfago de Barrett, como hipotonia do esfíncter esofágico inferior, dismotilidade esofágica, hipersecreção gástrica ácida, refluxo duodenogástrico, diminuição da secreção salivar e da sensibilidade a dor esofágica.

A substituição do epitélio esofágico escamoso estratificado para o colunar metaplásico não causa sintomas. Então, os pacientes podem ser assintomáticos ou apresentar sintomas típicos de refluxo, como azia e regurgitação.

O tratamento é basicamente o mesmo realizado na Doença do Refluxo Gastroesofágico sem esôfago de Barrett. Porém, a terapia com os inibidores da bomba de prótons, os “prazóis”, deve ser contínua, mesmo se o paciente não apresentar sintomas de refluxo ou esofagite na endoscopia digestiva alta. Essa recomendação é feita devido a evidência de que o controle do refluxo ácido interfere na carcinogênese, ou seja, evitando o processo de formação do câncer.

A cirurgia anti-refluxo não é superior aos inibidores de bomba de prótons, mas pode ser uma alternativa para os pacientes preocupados com os efeitos adversos dos “prazóis”.

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